segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Não sei o que você fez às vésperas do Carnaval de 2008

Sol lá em cima tostando a pele de veranistas e transeuntes, barriga cuidadosamente ajeitada sobre o calção, sandálias havaianas 42 e as unhas de canário belga afiadas. Pela orla marítima da Praia do Mar Grosso, lá ia seu Argeu, aproveitando a sexta-feira ensolarada em solo lagunense, há poucas horas dos festejos carnavalescos. Praticando sua não tão freqüente caminhada e a olhar os corpinhos estendidos na areia. Passada acertada, concentrada, mas a cabeça longe. Estava a planejar toda a logística que um Carnaval na residência Milanez demanda. Cardápios, caixas de cerveja, distribuição dos quartos e leitos. E aperta o passo.

Ainda nos primeiros metros da primeira etapa, intrigou-se com um sujeitinho e sua esposa a prestar atenção nas suas não tão largas passadas sobre a areia umedecida pelas águas do Oceano Atlântico. Deu de ombros e voltou seus pensamentos ao vai e vem das pernas e às geladas a gelar. Prestes a completar a etapa derradeira de seu exercício matinal, passa pelo mesmo ponto (de interrogação). Não resiste e cede aos olhares, antes que a pulga lhe chegue a arrancar um pedaço da orelha. Puxa um papinho sem-vergonha, entretanto animado. “Opa, tudo bom?”, "Tudo”, “Tá quente...”, “Ô! Da até de pelar um porco”.

Silêncio, enquanto os (quem sabe?) velhos amigos de longa data se estudam, como lutadores de boxe nos primeiros momentos do Round 1. A mulher do outro cutuca, ele encara o nosso personagem mais querido do Sul do mundo e tasca: “Pois então, Balofa?”. Argeu franze a testa e arqueia as sobrancelhas, surpreendido com o apelido inesperado, mas sem deixar transparecer estranheza. O tio da sunga vermelha não percebe, e emenda: “Que cagada a da Paulo Pitiça, né?”.

Perplexo, com testa ainda mais enrugada e a sobrancelha na altura do couro capilar da cabeça agrisalhada. Sem informações sobre o cidadão, nosso personagem achou por bem utilizar da experiência que os anos lhe deram: “Olha... (escolheu bem as palavras) bota cagada nisso!” e foi para casa, igualmente pensativo, porém sobre em um novo motivo.

E o Carnaval lagunense de 2008 não foi como o de anos anteriores. Perdeu a animação do contagiante Paulo Pitiça.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que cagada que fez o Pitiça....
ahahahahahah
Até hoje ele não caminha mais la pro lado da pedra do Iró..
ahahahahahah

Anônimo disse...

Inclusive virou bordão.
Tá tudo "empitiçado", para quando a cagada é das grandes!